domingo, 26 de janeiro de 2014

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO por AUGUSTO DOS ANJOS






UM DOS PRIMEIROS POETAS APRESENTADOS PARA MIM FOI AUGUSTO DOS ANJOS. NA MINHA POUCA IDADE, HAVIA UM ESFORÇO EM VÃO EM COMPREENDÊ-LO NA SUA DIMENSÃO, E POR ISSO, APENAS ADMIRAVA O SOMATÓRIO DAS SUAS PALAVRAS, A SONORIDADE DOS SEUS SENTIDOS E O PESO DAS PERDAS DO AUTOR.  

"Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia,
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme - este operário das ruínas - 
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos pra roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!"

                                   Augusto dos Anjos

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

PARA CONTAR MEMÓRIAS por CRISTIANE ROGÉRIO (JORNALÍSTA E ESCRITORA)


Foto: PARA CONTAR MEMÓRIAS

Alga era uma menina boa em matemática. Com um nome destes, pudera. Mas era mais do que isso: ela via número em tudo na vida. O tempo todo estava fazendo algum cálculo, dos botões do velho casaco da mãe a pensamentos meio malucos como "quantos minutos são necessários para se chegar ao fim do mundo?". É por aí que nos leva o livro A Menina Que Contava (Ed. Paulinas), escrito por Fábio Monteiro e ilustrado por André Neves. E se o leitor supõe que se trata de um livro-brincar com números... engana-se. Há muito mais nele. 

Tem poesia.

Tem contação, claro. Não só de números mas, sim, histórias. E nos remete a memórias nossas, remexe tudo lá dentro, prepare-se. Comigo foi assim. A menina que tudo calculava sabe bem o que - com o que, com quem - realmente devemos contar nesta vida. "Alga contava nuvens, contava os carros, contava os sonhos!". E, um dia, conheceu um contador. Um contador de histórias. 

Este livro nos amarra pelo afeto. A gente se apaixona aos poucos, uma delícia. Brinca com a gente de ser absurdo, mas nos dá um abraço aconchegante no final. Assim como Alga, André brincou com os números e teceu com o escritor um sem-número de emoções. Tem coisa melhor para se contar? Alga era uma menina boa em matemática. Com um nome destes, pudera. Mas era mais do que isso: ela via número em tudo na vida. O tempo todo estava fazendo algum cálculo, dos botões do velho casaco da mãe a pensamentos me...io malucos como "quantos minutos são necessários para se chegar ao fim do mundo?". É por aí que nos leva o livro A Menina Que Contava (Ed. Paulinas), escrito por Fábio Monteiro e ilustrado por André Neves. E se o leitor supõe que se trata de um livro-brincar com números... engana-se. Há muito mais nele.

Tem poesia.

Tem contação, claro. Não só de números mas, sim, histórias. E nos remete a memórias nossas, remexe tudo lá dentro, prepare-se. Comigo foi assim. A menina que tudo calculava sabe bem o que - com o que, com quem - realmente devemos contar nesta vida. "Alga contava nuvens, contava os carros, contava os sonhos!". E, um dia, conheceu um contador. Um contador de histórias.

Este livro nos amarra pelo afeto. A gente se apaixona aos poucos, uma delícia. Brinca com a gente de ser absurdo, mas nos dá um abraço aconchegante no final. Assim como Alga, André brincou com os números e teceu com o escritor um sem-número de emoções. Tem coisa melhor para se contar?

 







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Esconderijos do Tempo

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

CALEIDOSCÓPIO por FÁBIO MONTEIRO


Costumo encarar os desafios do cotidiano na perspectiva de um  caleidoscópio.
Por mais vivo e mágico, não pretendo entender a profusão de cores e todas as suas combinações de formas.
Gosto dos paradoxos da arte e surpresas do cotidiano, e quando extrapola minhas possibilidades de compreensão, apenas admiro e isso me basta.
Gosto de cores, todas elas. Gosto de cafeína, de todos os tipos, mesmo as menos glamorosas. Gosto de diversas paisagens, e não tenho a pretensão de que elas se complementem, apenas admiro.
Gosto de vários tipos de personagens: os mais feios, os mais emotivos, os mais fantasiados, os mais tímidos, os maiores e os pequenos. Admiro todas as possibilidades e impossibilidades de diálogos, e o silêncio do mar.
Não tenho certezas, apenas curto os movimentos ininterruptos e isso não é tudo, mas é um grande começo.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

LITERATURA INFANTIL - COMO NATUREZA

Com a literatura para os pequenos, aprendi a brincar com as palavras que vejo, com tantas outras que sinto e guardo dentro de mim, como uma estrada longa de pedrinhas coloridas, relíquias eternas. Aprendi, na necessidade do escritor, o ato ...de criar e apagar meus rabiscos em numerosos papéis, emoção só encontrada naqueles que mergulham em mares de personagens que brilham e brilham ao serem criados (foi assim com Joaquim, personagem desse livro!)
 


 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

COMPARTILHANDO HISTÓRIAS INDICA A MENINA QUE CONTAVA

32º Encontro

32º Encontro
  • A casa na árvore. Texto e ilustrações de Ronald Tolman e Marije Tolman. Ed. Brinque Book. Pai e filha vão tecendo com lindas ilustrações, uma sucessão de eventos inesperados que resultam numa intensa e linda história sem texto onde as palavras submergem ao fundo do mar e em seguida poderão sobrevoar os céus da imaginação poética em cores lúdicas e significativas. O cativante dessa “história” com imagens é que o tema envolve o mundo infantil, juvenil e adulto, pois são múltiplos e subjetivos os traços e infinitas as histórias imaginadas com figuras que espelham a vida de todos nós.(Mercedes Fernandes)

  • A menina que contava. Fábio Monteiro. Ilustr. André Neves. Ed. Paulinas. Alga é uma menina muito observadora que enxerga números em tudo à sua volta. A história é a constatação da presença dos números no decorrer da nossa vida e das infinitas combinações de oportunidades que a vida nos apresenta. E Alga encontrou um companheiro que também gosta de contar... histórias. Companhia ideal para ambos acumularem e repassarem boas experiências. (Neide Graça)

  • Menino de Belém. Bartolomeu Campos de Queirós. Ilustr. Mario Cafiero. Editora Moderna. Bartolomeu nos encanta com seu olhar, em resgate do menino que navega em águas alcançáveis pela fantasia.   Suas palavras líquidas nos convidam a fluir sem medo e a entrar em contato com as perguntas do silêncio, a escrita da natureza e a preciosa entrega à leitura das fortunas essenciais da vida.(Cristiana Seixas)


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