segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Feira Internacional de São Sebastião


 Durante a idade média, nasceu Dona Joanita, pequena e de aparência estranha. Isto fez com que o pai abandonasse o lar em busca de guerras, tentando resgatar algum pecado; a mãe ainda a acompanhou nos primeiros anos de vida, mas depois a abandonou alegando merecer vida melhor. No vilarejo, Dona Joanita morava sozinha, despertando o medo e o amargor de toda a gente. Um dia, ela recebeu uma caixinha contendo segredos de vida e de morte, do extremo norte do continente da África. Um jovem tentou entrar na casa para roubar a caixinha mas foi surpreendido por Dona Joanita que lançou sobre ele um feitiço (ele passa a falar desafinado toda a vez que toca no assunto da caixinha). Descobrimos ao final que esse jovem é o narrador da história. A Dona Joanita vai atravessando os séculos, até chegar a luz elétrica, sempre inspirando medo e ódio. Chega, inclusive, a ser vítima de um panelaço do povo local. O tempo passa e atravessa a guerra fria e muitas outras guerras. A protagonista recebe uma segunda caixinha também com segredos. O século avança e Dona Joanita recebe uma terceira caixinha com segredos sobre a humanidade, Ela as guarda consigo até o final de sua vida.

Há no conto uma homenagem a todas as mulheres que sofreram perseguições ao longo da história da humanidade. Dona Joanita chega, inclusive, a ser ameaçada de ir para a fogueira feito uma bruxa. Os mistérios de Dona Joanita permanecem ao longo do livro, mas ilustram bem o quanto as pessoas temem aquilo que não compreendem e esse sentimento acaba virando ódio. Ilustração: as ilustrações são aquarelas da ilustradora Elma.

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