Uma das maiores alegrias de um promotor de leitura é a possibilidade de compartilhar boas histórias com as crianças. Basta a notícia que iremos ler um bom livro, elas acedem seus olhares na direção de algo novo, no movimento do objeto que sai da bolsa e aguça sua curiosidade, num primeiro tilintar de algumas palavras que pressagiam uma boa história.
O título anuncia o começo de tudo, e é no desenho das letras na capa que a fantasia começa. Depois uma viagem pelo início, o meio e o fim. Mas é lá, na preparação íntima de cada um que essa história precipita antes mesmo de ser narrada pelo leitor. É naquele instante anterior a própria leitura que começa uma viagem de múltiplas possibilidades de compreensão, fantasia e insurreição a própria história. As crianças subvertem a compreensão, constroem sentidos diversos, escutam e negligenciam ações porque são interlocutoras ativas das histórias lidas para elas; escutam o que querem e ressignificam tudo a partir do que entendem ou deixam de compreender.
Por isso, no final de tudo, resta um pedido que martela sempre que te reencontram. Pedido que denuncia o valor que elas atribuem para o saber ler, o aprender a escutar, o convite para viajarmos juntos nesses encontros: você pode contar aquela história outra vez?
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