Toda vez que leio Sementes de Cabanas Encantadas, lembro da "cabana" que me abrigou na infância.
Na minha casa tinha fragmentos de sonhos, paredes de concreto e um chão sem tamanho de realidade. Na casa da infância, só minha, o quintal era o lugar mais belo do Recife. Festa de brincadeiras em que tudo era fantasiado nas subidas em pés de jambo e no medo das sombras que faziam em silêncios, assopros assombrados.
Na minha casa tinha fragmentos de sonhos, paredes de concreto e um chão sem tamanho de realidade. Na casa da infância, só minha, o quintal era o lugar mais belo do Recife. Festa de brincadeiras em que tudo era fantasiado nas subidas em pés de jambo e no medo das sombras que faziam em silêncios, assopros assombrados.
Na minha infância, na casa que não sonhava como minha, fazia cabanas com palhas de coqueiros e refugiava-me de temporais, morada temporária só pra ver o mundo passar sem tantas preocupações.
Hoje amanheci com vontade dessa cabana da infância, morada de sonhos e histórias bonitas, porque no Brasil, minha casa, a casa da minha infância se repete em temporais, assombros e num chão de realidade cada vez mais duro.
Melhor mesmo é voltar a imaginar casas mais lindas.