quinta-feira, 27 de junho de 2013
sábado, 22 de junho de 2013
O VENTO por LOS HERMANOS
Posso ouvir o vento passar
Assistir à onda bater
Mas o estrago que faz
A vida é curta pra ver
Eu pensei
Que quando eu morrer
Vou acordar para o tempo
E para o tempo parar
Um século, um mês
Três vidas e mais
Um passo pra trás
Por que será?
Vou pensar
Como pode alguém sonhar
O que é impossível saber?
Não te dizer o que eu penso
Já é pensar em dizer
E isso, eu vi,
O vento leva
Não sei mais
Sinto que é como sonhar
Que o esforço pra lembrar
É a vontade de esquecer
E isso por quê?
Diz mais!
Se a gente já não sabe mais
Rir um do outro meu bem,
Então o que resta é chorar e, talvez,
Se tem que durar,
Vem renascido o amor
Bento de lágrimas
Um século, três,
Se as vidas atrás
São parte de nós.
E como será?
O vento vai dizer
Lento o que virá,
E se chover demais,
A gente vai saber,
Claro de um trovão,
Se alguém depois
Sorrir em paz
Só de encontrar
sábado, 15 de junho de 2013
TATIANA BELINKY por TATIANA BELINKY
A história de vida de Tatiana Belinky é tão emocionante quanto os livros que ela escreve para as crianças. Nascida na Rússia, poliglota e escritora desde sempre, chegou ao Brasil aos 10 anos, fugindo com a família das mazelas da guerra civil provocada pela revolução comunista que, em 1917, fez nascer a antiga União Soviética. Seu primeiro livro infantil, Limeriques (Ed. FTD), foi publicado em 1987.
Fonte: Revista crescer
Nos deixou hoje, aos 94 anos, com um legado na nossa memória e imaginação.
quarta-feira, 12 de junho de 2013
ROMEU E JULIETA por WILLIAM SHAKESPEARE
“Amor é uma fumaça que se eleva com o vapor dos suspiros; purgado, é o fogo que cintila nos olhos dos amantes; frustrado, é o oceano nutrido das lágrimas desses amantes. O que mais é o amor? A mais discreta das loucuras, fel que sufoca, doçura que preserva.” – Romeu
.“Meu único amor, nascido de meu único ódio!
Cedo demais o vi, ignorando-lhe o nome, e tarde demais fiquei sabendo quem
é.” – Julieta ao descobrir a identidade de Romeu
.“No céu o olhar de minha amada flutuaria pelo
éter, tão brilhante que os pássaros começariam a cantar, pensando que era
dia.” – Romeu
“Farei com que comeces a pensar que esse teu
cisne não passa de um urubu.” – Benvólio se referindo a Rosalina, antigo
amor de Romeu.
.
“Se o amor é cego, não pode acertar o
alvo.” – Mercúcio
.
“Ah, ela ensina as tochas a brilhar! Parece
estar suspensa na face da noite, tal qual joia rara na orelha de uma etílope;
beleza incalculável, cara demais para ser usada, por demais preciosa para uso
terreno!” – Romeu definindo Julieta a primeira vez que a
viu.
.
“Este amor em botão, depois de amadurecer com
o hálito do verão, pode se mostrar uma bela flor quando nos encontrarmos
novamente.” – Julieta
.
domingo, 9 de junho de 2013
quinta-feira, 6 de junho de 2013
segunda-feira, 3 de junho de 2013
MATILDA por ROALD DAHL
Durante os seis meses seguintes, sob o olhar atento e solidário da sra. Felps, Matilda leu os seguintes livros:
Nicholas Nickleby, de Charles Dickens
Oliver Twist, De Charles Dickens
Jane Eyre, de Charlotte Brontë
Orgulho e preconceito , de jane Austen
Tess, de Thomas Hardy
Kim, de Rudyard Kipling
O homem invisível, de H. G. Wells
O velho e o mar, de Ernest Hemingway
O som e a fúria, de William Faulkner
As vinhas da Ira, de John Steinbeck
Os bons companheiros, de J. B. Priestley
O condenado, de Graham Greene
A revolução dos Bichos, de George Owell
Era uma lista impressionante e a sra. Felps estava cada vez mais admirada e entusiasmada, mas talvez tenha sido bom ela controlar sua empolgação. Qualquer outra pessoa, ao observar aquela criança, ficaria tentada a fazer o maior alarde e espalhar o assunto por toda a cidade, mas não a sra. Felps. Ela era uma pessoa que só cuidava do que era de sua conta e que havia aprendido que raramente valia a pena se meter na vida dos filhos dos outros.
- Hemingway diz muita coisa que eu não entendo - Matilda comentou com ela. - Principalmente sobre homens e mulheres. Mas eu adorei assim mesmo. O jeito que ele tem de contar as coisas me faz sentir como se eu estivesse ali, vendo tudo acontecer.
- Um bom escritor sempre fará você sentir isso - disse a sra. Felps. - E não se preocupe com os trechos que você não entender. Recoste-se na cadeira e deixe as palavras fluírem em você, como música.
- Hemingway diz muita coisa que eu não entendo - Matilda comentou com ela. - Principalmente sobre homens e mulheres. Mas eu adorei assim mesmo. O jeito que ele tem de contar as coisas me faz sentir como se eu estivesse ali, vendo tudo acontecer.
- Um bom escritor sempre fará você sentir isso - disse a sra. Felps. - E não se preocupe com os trechos que você não entender. Recoste-se na cadeira e deixe as palavras fluírem em você, como música.
sábado, 1 de junho de 2013
O VELHO E O MAR por ERNESTE HEMINGWAY
Ele era um velho que pescava sozinho em seu barco, na Gulf Stream. Havia oitenta e quatro dias que não apanhava nenhum peixe. Nos primeiros quarenta, levara em sua companhia um garoto para auxiliá-lo. Depois disso, os pais do garoto, convencidos de que o velho se tornara salão, isto é, um azarento da pior espécie, puseram o filho para trabalhar noutro barco, que trouxera três bons peixes em apenas uma semana. O garoto ficava triste ao ver o velho regressar todos os dias com a embarcação vazia e ia sempre ajudá-lo a carregar os rolos de linha, ou o gancho e o arpão, ou ainda a vela que estava enrolada à volta do mastro. A vela fora remendada em vários pontos com velhos sacos de farinha e, assim enrolada, parecia a bandeira de uma derrota permanente.
O velho pescador era magro e seco, e tinha a parte posterior do pescoço vincada de profundas rugas. As manchas escuras que os raios do sol produzem sempre, nos mares tropicais, enchiam-lhe o rosto, estendendo-se ao longo dos braços, e suas mãos estavam cobertas de cicatrizes fundas, causadas pela fricção das linhas ásperas enganchadas em pesados e enormes peixes. Mas nenhuma destas cicatrizes era recente.
Tudo o que nele existia era velho, com exceção dos olhos que eram da cor do mar, alegres e indomáveis.
- Santiago - disse-lhe o garoto quando desciam do banco de areia para onde o barco fora puxado -, eu gostaria de tornar a sair com você. Tenho ganho algum dinheiro.
O velho ensinara o garoto a pescar e por isso ele o adorava.
- Não - respondeu-lhe o velho. - Você está num barco de sorte. Fique com eles.
- Mas lembre-se daquela vez em que passamos mais de oitenta dias sem apanhar coisa alguma e depois pescamos dos grandes, todos os dias, durante três semanas.
- Lembro-me muito bem - tornou o velho. - E sei que no período de má sorte você não me abandonou nem duvidou de mim.
- Foi papai quem me fez mudar de barco. Ainda sou um garoto e tenho de obedecer a ele.
- Eu sei - concordou o velho. - É natural.
- Papai não tem muita fé.
- Não - tornou a concordar o velho. - Mas nós temos, não é verdade?
O velho pescador era magro e seco, e tinha a parte posterior do pescoço vincada de profundas rugas. As manchas escuras que os raios do sol produzem sempre, nos mares tropicais, enchiam-lhe o rosto, estendendo-se ao longo dos braços, e suas mãos estavam cobertas de cicatrizes fundas, causadas pela fricção das linhas ásperas enganchadas em pesados e enormes peixes. Mas nenhuma destas cicatrizes era recente.
Tudo o que nele existia era velho, com exceção dos olhos que eram da cor do mar, alegres e indomáveis.
- Santiago - disse-lhe o garoto quando desciam do banco de areia para onde o barco fora puxado -, eu gostaria de tornar a sair com você. Tenho ganho algum dinheiro.
O velho ensinara o garoto a pescar e por isso ele o adorava.
- Não - respondeu-lhe o velho. - Você está num barco de sorte. Fique com eles.
- Mas lembre-se daquela vez em que passamos mais de oitenta dias sem apanhar coisa alguma e depois pescamos dos grandes, todos os dias, durante três semanas.
- Lembro-me muito bem - tornou o velho. - E sei que no período de má sorte você não me abandonou nem duvidou de mim.
- Foi papai quem me fez mudar de barco. Ainda sou um garoto e tenho de obedecer a ele.
- Eu sei - concordou o velho. - É natural.
- Papai não tem muita fé.
- Não - tornou a concordar o velho. - Mas nós temos, não é verdade?
Fragmento do livro
THE OLD MAN AND THE SEA (O VELHO E O MAR). Rússia/Canadá/Japão, 1999. Direção de Aleksandr Petrov. Ganhador do Oscar em 2000 como melhor curta animado, a adaptação do clássico de Ernest Hemingway, "O Velho e o Mar" é uma obra prima do animador russo Alexander Petrov. O curta com pouco mais de 20 minutos de duração, demorou pouco mais de 2 anos para ser produzido, pois Petrov pintou a óleo e fotografou cada um dos 29 mil frames em quadros de vidro. Para quem não sabe, O Velho e o Mar foi o último livro de Hemingway publicado durante a sua vida e conta a história de um velho pescador que decide enfrentar o alto mar em busca de um peixe gigante.
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